terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Choque de geração

Quando você tem personalidade e decide se expor é normal aparecer um alvo na sua testa. Talvez o alvo apareça no seu cu, especialmente se não ficar atento e não desistir de ser autêntico. Quem desiste é fodido sem dó.

No segundo dia do ano em que prometi não me desgastar ou perder tempo discutindo sobre nada, eis que decido provocar uma briga sobre a preguiça da geração nascida na metade dos anos 1990.

Defendo a ideia que nossos pais, das crianças nascidas na década de 1980, sabiam o que era difícil. Eles viveram dificuldades. A maioria deve ter prometido que nunca deixaria o filho passar pela mesma situação. Nobre, né?

Exceto pela parte em que essa decisão teve como consequência direta a criação de adultos que são crianças. Nunca me ensinaram a trocar uma lâmpada. Eu sequer gosto de dirigir, por exemplo. A gente cresceu com tudo na mão, com os pais ausentes por causa do trabalho. Somos adultos sem referências.

Agora se aproxima a hora em que será a nossa vez de procriar. Imaginem. Um bando de criança de terno fazendo filhos para os avós descobrirem o que é viver a maternidade e paternidade.

Se minha geração é fodida, eu tenho dó da geração seguinte desses bunda mole dos anos 1990, mas nem se compara com a tristeza que sinto da próxima geração. Serão crianças criadas por tablets e Galinha Pintadinha.

Ao invés de bradarem por "respeito" quando eu reclamo dessa geração, as pessoas deveriam entender que existe sim razão para se preocupar. Estamos cada vez mais dependentes de tecnologias para nos socializar e deixamos que aconteça diariamente.

Prefiro virar o "tio elitista" do que ficar calado com algo que é um verdadeiro câncer. Quem diz "deixa pra lá" me parece insensível e incapaz de ter pulso firme. Parecem desistentes. Ou são exatamente o retrato de quem estamos nos tornando... Eu não consigo respeitar quem se entrega facilmente, quem acha que "tudo bem" a pessoa ser preguiçosa, não gostar de ler ou se preocupar com música de qualidade. Não está nada bem. Nada bem mesmo.

Mas vamos lá... Hoje é apenas o dia 2 de 2018.